Desenho animado, Motion Graphics ou Design em movimento

O que é?

Motion design, design de animação, videografismo, motion graphics ou simplesmente motion, é uma vertente do design gráfico que mescla princípios de design e cinema. Esse recurso audiovisual é uma das maiores tendências da atualidade em todo o mundo. Conhecido por ser atrativo e eficaz, está presente em comerciais de tv, youtube, video clipes, cinema, shows, propagandas, vídeos explicativos, treinamentos, vinhetas animadas como o do Design Culture e muito mais! Além do objetivo mercadológico, é também uma forma de expressão artística. Mas vamos por partes. Iremos falar um pouco da história e entender porque é algo tão promissor. Então se prepare, porque esse artigo está recheado de conteúdo e referências legais!

 

Origem

 

No final do século XIX, com o surgimento do cinema, o parisiense Georges Méliès, considerado pai dos efeitos especiais, já usava técnicas de stop motion, com cortes de câmera criativos que futuramente originaria o motion design. A partir de disso, sentindo a necessidade de aprimorar “a sétima arte”, com efeitos, aberturas e créditos, diversos outros artistas se esforçaram para produzir movimentos de texto, gráficos, formas e objetos. Naquela época produzir certos tipos de efeitos exigia extrema paciência e um trabalho demorado e artesanal.

 

Dentre os grandes nomes e pioneiros, podemos destacar o animador Norman McLaren, considerado por muitos o maior e mais importante criador de animações artísticas de todos os tempos, e o designer industrial Saul Bass. Normam, fez verdadeiras obras de arte, pois desenvolveu suas próprias técnicas. Uma delas, foi a de fazer animações direto na película de filme, rabiscando ao som de músicas, como Jazz. Algumas criações ficaram muito famosas, como Dots (1940), A Phantasy in Colors e Boogie Doodle. Saul Bass fez grandes criações como a introdução de “Deu a Louca no Mundo” (1963) e Onze Homens e um Segredo (1960) – Extremamente moderna para a época. Outras aberturas muito conhecidas, são de Um corpo que Cai (1958), Anatomia de um crime (1959) e Psicose (1960).

 

Motion e a computação

 

Com o passar dos anos, o design em movimento foi evoluído juntamente com a tecnologia e hoje está diretamente ligado à computação gráfica. Diferente da animação convencional, feita quadro a quadro em 2d com diversos desenhos, como os da Disney, o motion (movimento no espaço da tela e no tempo) usa de diagramas, gráficos, formas, textos e cores, marcados por pontos chaves em intervalos específicos, conhecidos como keyframes. Um dos softwares usados no início da década de 2000, era o Flash MX, da Macromedia (responsável também pelo Fireworks e Dreamweaver), antes da Adobe comprá-los. Na época, os banners animados tomaram a internet, e ainda são vistos em alguns sites de notícias, lojas virtuais e sites adultos. Houveram criações que viralizaram como o vídeo abaixo:

 

Atualmente o Flash se chama Animate e despõe de recursos mais avançados. Um dos softwares mais utilizados em animações e motion graphics na atualidade são o Cinema 4D e After Effetcs.

 

Motion na TV

 

Na TV, podemos ver a forte presença do design em movimento em vinhetas e aberturas de programas, jornais e séries. Antigamente no Brasil, um grande nome foi o alemão Hans Donner, designer da TV Globo responsável pela criação das vinhetas do “Fantástico“, “Globeleza“, “Jornal Nacional” décadas de 1970 e 1980 e “Os Trapalhões“.

 

Hoje, certas vinhetas podem parecer estranhas e até bregas, mas foi um marco para a época. Hoje a Globo se rendeu ao flat design, com vinhetas muito mais leves e limpas.

 

Outra grande referência que não podia faltar nessa coletânea são as vinhetas malucas da MTV. Conhecida pelo design cambiante, a emissora abria espaço para artistas independentes, que produziam montagens, lustrações, colagens e formas abstratas com o logotipo. Foi um sucesso e fez escola. Canais de música como MultiShow e MixTv, possuem vinhetas com forte presença do motion.

 

Motion e a música

 

Por falar em MTV, não podemos deixar de falar de música. O motion graphics é uma solução também usada em video clipes, e  existe uma infinidade de exemplos, separei alguns como este de 2003, onde o motion graphics ainda não era forte como hoje nesse estilo de game (mas é bastante atual):

 

 

Agora um clipe de uma banda que tem fortes influências do design gráfico: Kraftwerk. O grupo alemão, pioneiro na música eletrônica, carrega a tecnologia no sangue. Além das músicas modernas mesmo sendo de 1970 e ainda fazendo turnês mundiais, seus clipes possuem motion graphcis incríveis. Além disso, os shows são marcados por grafismos 3d animados nos telões, proporcionando uma experiência interativa ao público.

 

Motion a internet

 

Se no início dos anos 2000, o motion na internet era usado apenas em banners animados, hoje ele está presente em praticamente toda a web. Hoje em dia, a maioria das pessoas acessa a internet pelos Smartfones e as empresas procuram soluções cada vez mais acessíveis e eficazes através de vídeos lúdicos e atrativos. Além disso, com a popularização de canais do Youtube, Vimeo e Facebook, a internet é inundada todos os dias com conteúdos criativos, como os canais Nerdologia, 5 alguma Coisa, Nostalgia, Pipocando, entre outros, que usam o motion design em aberturas ou durante um vídeo.

 

O profissional

 

O motion designer possui conhecimentos de design gráfico, cinema e produção multimídia. Ele pensa não somente as composições mas como tudo isso se movimentará na tela, de forma estratégica e inteligente, para além de informar, chamar atenção do expectador. É um amador de cinema e artes visuais, pois são as principais formas inspirações.

 

Mercado de trabalho

 

No Brasil, o motion graphics é produzido por empresas de publicidade, estúdios, escritórios de design  e também freelancers. É um mercado grande, pois podem ser criadas peças simples como painéis e letreiros à vídeos com qualidade cinematográfica que contam a história de uma empresa e expõe seu negócio.

 

Porque o motion graphics funciona?

  • Causa impacto visual;
  • As pessoas preferem ver/assistir a ler textos, já que os recursos audiovisuais são mais atrativos.
  • Usa linguagens lúdicas que conquistam pessoas de todas as idades;
  • Cerca de 90% das pessoas se recordam de vídeos, mesmo depois de terem visto há algum tempo.
  • Contar histórias é extremamente atrativo e persuasivo. O homem conta história desde que é homem, e as pessoas se interessam por isso.
  • O custo de produção de um vídeo em motion graphics é financeiramente viável em relação à outras produções audiovisuais, como filmagens em locações, atores, equipamentos, etc.
  • Com o motion é possível explicar processos complexos de forma simples e divertida;
  • É possível mesclar linguagens de cinema, games, quadrinhos, design gráfico e diversas outras.

 

Basicamente, qual a diferença entre Animação e Motion?

A animação possui personagens e apresenta uma história de forma linear, assim como vemos os filmes da Pixar, Universal.  Já o motion, mesmo seguindo em alguns casos storyboard, usa de elementos visuais, grafismos e formas para comunicações diversas. Seja para informar ou contar um história. Tendo sentindo ou não, como animações aleatórias em clipes, vinhetas, etc.

 

Fonte; designculture.com.br